Tentativa de Pesca no Mar. Capítulo 3



Continuando... Enquanto o banco adentrava o mar, a alegria começou a dar lugar a preocupação e o cansaço, alguns ainda tomavam cerveja, enquanto outros que já tinham bebido bastante cochilavam sentado, tentando se segurar enquanto o barco seguia da esquerda pra direita.
Duas horas e meia após termos zarpado chegamos ao destino, assim que o motor parou senti meu estômago embrulhar de vez e a preocupação tomou conta, mas valente resolvi pegar minha tralha e iniciar o preparo do meu sistema, o dia ainda estava escuro e Antônio foi para o banheiro, Thiago despertou e permaneceu sentado apenas observando, Rafael passou rápido, verde, para o fundo do barco e deu início a "ceva especial". João e Robson desceram para dormir, Bruno parecia bem e mandou a linha pra água. Assim que Antônio saiu do banheiro, vociferou o urro de transformação do Hulk (quem o conhece sabe que sempre que ele vomita parece o Hulk), assustado com esta cena Thiago se dirigiu para o local destinado ao sono, e Antônio após cevar por alguns minutos desceu para dormir também. Após 30 minutos, finalmente eu consegui manter a lucidez para prender o molinete na vara, é isto mesmo, levei 30 minutos para rosquear o molinete a vara, foi quando me dei conta de que fazer um arremesso seria bem difícil, mas respirei fundo, levantei a cabeça e antes que pudesse continuar, aquele fluido veio das entranhas como um jato do fundo do meu âmago, só consegui virar a cabeça para a borda do barco e iniciar minha "ceva particular". Entre uma jateada, um respiro fundo e uma tentativa, após mais de 20 minutos consegui passar as linhas e prender o chicote, isquei a sardinha e sem muita força no arremesso coloquei minha linha na água.
A esta altura, o chuvisco começava, o vento frio tomava conta. Rafael revezava entre tentativas e vomitadas, tentou ir dormir mas o cheiro do óleo diesel piorava a sensação, assim, ele teve que ficar sentado na parte de cima do barco.
Robson apenas caminhava, resmungava e não pescava, quando conseguiu se desligar, deitou aos pés do barqueiro agarrado com a cachorrinha que acompanha o barqueiro em todas as viagens ao mar.
Eu continuava me segurando e tentando pescar, mas confesso que não conseguia me concentrar de tão mal que me sentia, em determinado momento, percebi que nem forças para vomitar fora do barco eu tinha, estava com muito frio e foi quando no horizonte vi a imagem mais bonita da viagem, o nascer do Sol no mar é lindo, tive muita vontade de bater fotos e\ou fazer um vídeo, mas mal conseguia me mexer, e foi quando desisti de sofrer e me dirigi ao dormitório, e neste momento o Rafael perguntou se não seria melhor ir embora, assim, logo que entrei perguntei em voz alta o que todos achavam e unanimemente todos responderam, quase que em coro, "Vamos embora!!!". Passei as instruções ao barqueiro e adormeci, após quase 2 horas acordei com o dia claro, me sentia melhor e quando subi vi que já estávamos quase no final da viagem de volta.
Confesso que fiquei muito frustrado em não conseguir sequer fazer uma tentativa contundente, pensei em todas as histórias de pescarias de dourado do mar, marlim, pescaria em diversos locais e como tudo isso não seria possível uma vez que, não consegui pescar no mar, mas após ler algumas notícias e conversar com alguns pescadores locais experientes, entendi que, quando saímos o mar já não tinha condições, principalmente para pescadores de primeira viagem, assim me animei um pouco e pensei que poderíamos tentar novamente, e ficou combinado em uma promessa de um convite do Bruno.

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